O trabalho consistiu em intervenções nas caixas de luz (back-lights) dos pontos de ônibus localizados ao longo de mais de 3 km de um importante corredor da cidade de São Paulo;ao longo de toda a  Av. Francisco Matarazzo, passando por baixo do viaduto do Minhocão até o começo da Av. São João; com cerca de 18 pontos de ônibus. Geralmente  esse tipo de back-light  é utilizado como base de propaganda publicitária, mas nestes, no caso,  não havia nenhum tipo de publicidade, eram simplesmente caixas de lâmpadas florescentes brancas cobertas por uma chapa de acrílico transparente. As lâmpadas à mostra,  permaneceram  nessa maneira por pelo menos seis meses.

    A operação  ocorreu em duas etapas e só foi interrompida pela retirada das lâmpadas dos  back-lights; ambas partiram do mesmo princípio: folhas de papel de seda aplicadas à chapa de acrílico com goma de lambe-lambe. Devido a extensão geográfica da intervenção fez se necessário contar com a colaboração de um coletivo e a elaboração de algumas estratégias táticas para dar conta de todo o percurso com alguma rapidez.Na primeira etapa foi utilizado somente papel de seda azul sem qualquer tipo de desenho, a intenção era produzir só um campo cor, trazer uma estranheza e tentar subverter a relação das pessoas com as caixas, que geralmente são usadas para propaganda; criando uma narrativa cromática para os passageiros e motoristas ao longo do corredor. Desde o começo a questão  do movimento era fundamental para a apreensão do trabalho.

     A partir da primeira experiência com o azul, e dos efeitos plásticos daquela relação de papel, textura, cola e lâmpadas surgiu a necessidade de desenvolver mais a questão do desenho. Devido a natureza do trabalho e partindo do próprio desenho que as lâmpadas formavam, chegou-se num padrão que foi aplicado nas folhas de papel de seda rosa através da impressão em silk-screen.

    Esse trabalho tem um caráter muito efêmero, em ambas etapas as aplicações foram retiradas de forma espontânea em  até 24 horas.